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Linha de Balanço

Linha de Balanço

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O que é?

No planejamento de longo prazo, o horizonte dos planos abrange todo o período de construção e tem como objetivo a definição dos ritmos das atividades, que constituem as grandes etapas construtivas do empreendimento como, por exemplo, a estrutura, a alvenaria e as instalações hidrossanitárias (MENDES JR e HEINECK, 1998). Em função do fluxo de recursos financeiros, desenvolvidos no estudo de viabilidade e da estimativa de custo, são dadas instruções para a coordenação destas atividades (TOMMELEIN e BALLARD, 1997).

Outra importante decisão, relacionada a esse nível de planejamento, trata da definição da estratégia de ataque à obra. Através deste estudo é estabelecido o sequenciamento das atividades, eliminando-se possíveis interferências entre equipes propiciando a melhoria dos fluxos de materiais e mão-de-obra dentro do canteiro.

A elaboração dos planos é realizada a partir do uso de técnicas de programação, como a Linha de Balanço, no qual são especificadas informações a respeito do início e fim das atividades, bem como a duração máxima necessária para a execução do empreendimento (TOMMELEIN e BALLARD, 1997; MENDES JR. E HEINECK, 1998).

A técnica da Linha de Balanço (Line of Balance – LOB) para programação de tarefas foi criada pela Goodyear nos anos 40. Suas primeiras aplicações foram na indústria de manufaturados para programar o fluxo de produção. O Método da LOB é um dos métodos mais conhecidos entre os pesquisadores para a programação de projetos lineares.

Seu uso na construção civil se difundiu mais na Europa em obras com serviços bastante repetitivos, como estradas e pontes. Recentemente vários pesquisadores vêm procurando diversas formas de difundir o uso da Linha de Balanço nos EUA e outros países, em conjuntos habitacionais e edifícios altos, estudando os seus conceitos juntamente com outras técnicas matemáticas ou computacionais, como simulação, e sistemas baseado no conhecimento.

A técnica da Linha de Balanço se resume ao conceito de que as tarefas são repetidas inúmeras vezes ao longo de uma unidade de repetição. Por exemplo, o serviço de revestimento de paredes é realizado inúmeras vezes ao longo de todas as unidades de um conjunto habitacional ou pavimentos de um edifício. O ritmo de conclusão da tarefa nas diversas unidades dependerá de quantas equipes sejam alocadas.

A técnica é de aplicação bastante simples principalmente por que pode ser feita graficamente, se assumirmos a linearidade do desenvolvimento da tarefa, podendo ser visualizada num gráfico espaço x tempo, indicando a unidade e quando a tarefa é executada nesta unidade.

Exemplo de Linhas de Balanço

exemplo1

A Linha de Balanço é uma técnica de planejamento e controle que considera o caráter repetitivo das atividades de uma edificação. Por meio da Linha de Balanço o engenheiro da obra passará a ter uma visão mais simples da execução das atividades servindo como ferramenta de apoio na melhoria da produtividade e qualidade nos canteiros. E poderá dispor de uma técnica eminentemente gráfica (visual) que será um valioso aliado nas suas comunicações em obra.

A LOB é derivada do gráfico de barras (Gantt), onde ao invés de colocarmos as atividades ou fases da obra no eixo vertical, colocamos, por exemplo, os pavimentos ou as repetições do mesmo serviço. Assim cada barra continua representando uma atividade ou fase da obra, obtendo-se um conjunto de curvas de produção mostradas num plano cartesiano com unidades de repetição (cômodos, apartamentos, pavimentos, fachadas, etc.) e durações (semanas) definindo-se ritmos de trabalho (iguais ou diferentes) que promovam linhas balanceadas, inclinadas, representando o seu ritmo de avanço.

Dessa forma a Linha de Balanço pode indicar o sequenciamento da atividade pelas diversas unidades de repetição da obra (pavimentos, apartamentos, casas unifamiliares, quilômetros de estrada, metros de canalização, etc.).

O balanceamento das linhas pode ser obtido através de: eliminação de conflitos entre equipes pela mudança da precedência de uma atividade ou pela mudança de ritmo (número de operários executando a tarefa basicamente é o que indica o ritmo); eliminação dos gargalos na obra – tarefas que são executadas com ritmo lento atrapalhando as demais; definição de estratégias de execução que permitam o espalhamento das atividades pela obra diminuindo o tempo de ocupação ou de entrega de uma unidade, entre outras decisões gerenciais que a Linha de Balanço pode apoiar de uma forma mais efetiva do que outras técnicas de planejamento e controle.

Através da adoção do conceito da Linha de Balanço as atividades seguirão ritmos de produção definidos. Nesta situação diz-se que a produção está balanceada.

Este balanceamento permite definir quantas unidades (cômodos, apartamentos ou pavimentos) estarão concluídas num determinado tempo, permitindo: estudo de reaproveitamento de equipes, melhor programação das equipes, evitar interrupções do trabalho de uma equipe melhorando sua produtividade, minimização dos estoques e produtos em processo, melhores possibilidades de implantação do trabalho em grupo (células de produção), pacotização do trabalho com melhor definição de tarefas, e uma gerência facilitada – visual, entre os benefícios mais importantes.

Resumindo, a Linha de Balanço permite atender às necessidades de programação de uma obra tradicional, a melhoria da produtividade na forma clássica (taylorista – repetição e volume de trabalho) ou o apoio à gestão moderna da produtividade e qualidade. A sua estratégia de produção, atendendo aos objetivos da empresa, é que irá determinar quais os benefícios mais importantes e qual a ênfase a ser dada na aplicação da Linha de Balanço.

Todos os principais componentes necessários à programação de obra são identificados na Linha de Balanço:

– O quê (qual atividade, qual pacote de trabalho) deve ser feito;
– Quem deve fazer (qual ou quais equipes);
– Onde fazer (qual cômodo, apartamento, pavimento ou fachada);
– Quando fazer (qual semana).

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